Hospital Regional do Norte Pioneiro planeja extinguir fila de espera de cirurgias até janeiro de 2020
08/11/2019 - 11:50

Por Guilherme Lara da Rosa


Neste mês, o HRNP começa a oferecer cirurgias eletivas em sua unidade, ou seja, pacientes que estão na fila de espera poderão realizar procedimentos que não sejam de caráter de urgência. A medida surge como uma proposta de política pública do Governo do Estado e da Secretaria de Saúde do Paraná, e tem o intuito de priorizar o acesso regional a fim de também diminuir a sobrecarga dos grandes hospitais do estado.  


HRNP

A importância de políticas públicas 

O HRNP, localizado na cidade de Santo Antônio da Platina, faz parte da 19ª Regional de Saúde que abrange 22 municípios, em números mais específicos: são cerca de 290.000 habitantes no total. De acordo com levantamentos da 19ª Regional de Saúde e do Conselho Regional dos Secretários Municipais de Saúde (Cresems), entre 2016 e agosto de 2019 haviam 568 pacientes à espera de cirurgias com agendamentos na cidade de Campo Largo ou em Curitiba. Isso significa, em média, dependendo da cidade onde o paciente mora, 350 km a serem percorridos pelos pacientes para realizar todo o trâmite cirúrgico, isto é, o pré-operatório, enfim a cirurgia, e o pós-operatório.  Todo esse processo conta com a logística de transporte, motorista, diária, combustível e, claro, os riscos existentes nos deslocamentos de longas distâncias. Normalmente, os pacientes que necessitam de uma cirurgia cumprem cinco viagens até essas cidades com o objetivo de concluir todo o processo cirúrgico. 

Para o presidente da Fundação Estatal de Atenção em Saúde do Paraná, Marcello Augusto Machado, esta é uma nova fase do HRNP e “é um grande avanço em relação a prestação de serviços”, conta. A Funeas, como gestora do Hospital Regional do Norte Pioneiro, lançou um edital de credenciamento médico e um processo seletivo para a áreas de ambulatórios e centro cirúrgico com o objetivo de oferecer aos usuários do SUS um atendimento de excelência. Para isso, estão envolvidos, também, a Coordenadoria de Materiais e Patrimônios (Comp), que disponibilizará os materiais médicos hospitalares e o Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar), que disponibilizará as medicações para iniciar as cirurgias eletivas. 

Dayana Vicentin e José Nozor, pacientes do HRNP

Atendimento humanizado

A técnica em agropecuária Dayana Vicentin e o aposentado José Nozor são dois dos pacientes que já estão sendo beneficiados por essa medida que visa extinguir a fila de espera para cirurgias. Ambos estão aguardando uma cirurgia para correção de hérnia abdominal e moram a uma distância de 84 km do HRNP, em Salto do Itararé.

Dayana já esteve na unidade por conta de outros acontecimentos, mas dessa vez está há três meses na fila à espera de sua cirurgia: “Sempre tenho de vir neste hospital, porque na minha cidade não há estrutura para nos atender, mas nunca esperei muito tempo para fazer algum exame ou algo do tipo”, conta.

Já o aposentado José Nozor, de 65 anos, está na fila para realizar o procedimento há 30 dias. Até então, Nozor não tinha interesse em submeter-se ao procedimento cirúrgico, mas relata que há alguns dias a hérnia começou a incomodá-lo. “Para nós que moramos a uma hora de distância daqui, é perto. Mas tem muita gente que viaja de longe, !?”, conclui o paciente.

A diretora-geral do Hospital Regional do Norte Pioneiro, Ana Cristina Micó, declara que os dois pacientes citados acima fazem parte desse novo projeto. De acordo com Micó, os pacientes estão sendo chamados a partir da ordem cronológica em que foram submetidos às primeiras consultas no município de origem e receberam encaminhamento. “Estamos trabalhando para extinguir a fila de espera em nosso hospital. A Dayana e o Seu José são pacientes que já estão sob avaliação pré-cirúrgica, estão realizando os exames necessários, e logo mais ambos estarão se recuperando em casa”, conclui a diretora.

Um novo Hospital Regional do Norte Pioneiro

A expectativa é que, inicialmente, 216 pacientes realizem as cirurgias até janeiro do ano que vem e que a fila de espera de baixa e média complexidade deixe de existir, e se torne referência em agendamentos. Todo esse processo está previsto para acontecer dentro de seis dias. De acordo com a diretora-geral do HRNP, quatro cirurgiões entraram para o quadro profissional da unidade: “Dois deles são oncologistas e serão eles que irão realizar a biópsia para o primeiro diagnóstico de câncer”.

colaboradores do HRNP

(Diretorias do HRNP e representantes da 19º Regional de Saúde. Foto: Alex Zacarias)

As consultas ambulatoriais estão sendo realizadas desde o dia 1º de novembro. Os pacientes estão sendo avaliados e, desta forma, são submetidos a exames pré-operatórios, tais como: eletrocardiograma e raio X, por exemplo. Estes exames são realizados nos municípios de residência dos pacientes através dos consórcios intermunicipais de saúde*.

Com esse novo avanço na saúde paranaense, a meta é que o HRNP consiga realizar, a partir de 11 de novembro, 20 atendimentos toda manhã e à tarde ocorra as cirurgias. Sendo assim, 80 cirurgias efetuadas por mês. Os procedimentos que inicialmente serão ofertados são: hérnia, fístula anal, fissura anal, vesícula e biópsias oncológicas.

*Os consórcios intermunicipais de saúde são parcerias estabelecidas entre municípios geograficamente próximos a fim de pactuar entre os gestores do sistema de saúde e organizar regras de financiamento  de serviços com base em recursos dos municípios associados. A medida visa ampliar a oferta de procedimentos e atendimentos que exijam recursos que não estejam disponíveis em algumas cidades. Resumidamente, um município ajuda o outro.

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