Intervenção em hospital de Foz completa dois meses com bons resultados 07/02/2017 - 16:50
O processo de intervenção no Hospital Municipal Padre Germano Lauck, em Foz do Iguaçu, completou dois meses. Nesse período, já foi possível quitar as dívidas com a folha de pagamento dos funcionários e reorganizar os contratos com prestadores de serviços.
As mudanças aconteceram graças ao repasse de R$ 38 milhões a serem pagos em seis parcelas pelo Governo do Estado à instituição. Atendendo a uma recomendação dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, o Estado assumiu a gestão do hospital no dia 1º de dezembro de 2016. “Colocamos uma equipe preparada para reerguer este hospital tão importante para a região de fronteira. O local enfrentava graves problemas financeiros e estava prestes a fechar e, em menos de 60 dias, já é possível ver os bons resultados da intervenção”, comenta o secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto. De acordo com o coordenador da comissão gestora de intervenção do hospital e diretor-técnico da Fundação Estatal de Atenção à Saúde do Paraná (Funeas-PR), Moisés Warszawiak, a instituição foi encontrada em situação precária.
“Encontramos R$ 10,00 no caixa de um hospital sem medicamentos e insumos hospitalares, sem materiais de limpeza e com equipamentos estragados”, diz. Ele também conta que todos os funcionários da instituição estavam com os salários atrasados, os fornecedores estavam sem receber e diversos colaboradores com contratos irregulares deixaram de atender após a intervenção do Estado. “Com todos esses problemas, os leitos ainda estavam ocupados por pacientes que aguardavam por cirurgias há mais de 40 dias, sem perspectiva alguma”, complementa. GARANTIA – A principal preocupação da equipe era conseguir manter o funcionamento do hospital no meio de todo o caos encontrado.
Para isso, foi solicitado com urgência o empréstimo de medicamentos e materiais aos hospitais do Estado e hospitais da região. A ação garantiu a mínima estabilidade para que as portas continuassem abertas. O segundo passo foi possibilitar que os repasses oriundos do Governo chegassem diretamente ao hospital. “Se o repasse fosse feito ao município, não poderíamos garantir que tudo seria aplicado no hospital. Naquele momento, o dinheiro também não poderia ser repassado à Fundação, que não tinha condições de emitir certidões negativas que autorizassem o pagamento pelo Estado”, conta Warszawiak. Para garantir o engajamento da equipe de funcionários nessa nova etapa, as folhas de pagamento foram colocadas em dia, incluindo o 13º salário, e um novo modelo edital para credenciamento de médicos foi elaborado. Moisés explica que anteriormente os médicos tinham contratos com valores fechados, recebendo em forma de pacotes, sem o comprometimento com a produção. O novo formato paga apenas pelos procedimentos que eles efetivamente realizam.
Outro problema inicial era conseguir o fornecimento de insumos novamente. “Os fornecedores estavam há tanto tempo sem receber e não queriam realizar novas vendas, então tivemos que fazer os pagamentos à vista ou adiantados. Tudo o que foi contratado após a intervenção está pago – fornecedores e colaboradores”, garante o coordenador. Intervenção em hospital de Foz completa dois meses com bons resultadosRESULTADOS – Passados mais de 60 dias da intervenção do Governo, as diferenças no hospital já são claras. “A fachada tem a grama aparada; os enfermeiros usam uniformes de identificação; os extintores de incêndio, há mais de dois anos sem manutenção, estão sendo reparados; e os equipamentos de UTI e exames também passaram por manutenção; entre outras ações. O hospital tem cara de hospital!”, comemora Warszawiak. As contratações de médicos agora estão adequadas aos serviços oferecidos pelo hospital. Nos anos anteriores, a instituição gerenciava os recursos repassados para a gestão sem se preocupar com as receitas advindas do SUS nos diversos setores.
Dos 30 leitos de UTI, por exemplo, apenas 11 ainda tinham esse credenciamento. As habilitações já estão sendo refeitas e os credenciamentos devem ser autorizados pelo Ministério da Saúde no decorrer dos próximos meses. NÚMEROS – As mudanças ocorridas no Hospital Municipal Padre Germano Lauck após a intervenção do Governo do Estado também podem ser verificadas comparando alguns números. Por exemplo, a média diária de atendimentos no pronto socorro praticamente dobrou. Passou de 18, em novembro de 2016, para 35 atualmente. Já o número médio de cirurgias mensais passou de 230 para 325, no mesmo período.
A taxa de ocupação de leitos passou de 40% para 70%. As internações também cresceram, passando de uma média diária de 104 para 151. Entretanto, mesmo com o aumento expressivo no número de atendimentos, o gasto médio com médicos reduziu quase R$ 1 milhão, passando de R$ 2,6 milhões para R$ 1,7 milhão por mês. Além disso, a nova gestão garantiu a realização de 228 cirurgias de catarata pelo Mutirão de Cirurgias Eletivas do Estado em janeiro. Nos últimos dois meses, foram realizadas quatro captações de órgãos no hospital, que deram origem à doação de oito rins, dois fígados, duas córneas, um pâncreas e valvas de coração. Para o secretário Caputo Neto, a principal expectativa agora é entregar um hospital auto-suficiente. A intervenção tem um prazo de 180 dias, renováveis por mais 180 dias. “Garantimos 38 milhões para recuperar o hospital. Nosso objetivo agora é garantir um local organizado administrativa e financeiramente – em que a receita cubra os gastos – para que a próxima gestão possa continuar esse trabalho com facilidade”, revela.
As mudanças aconteceram graças ao repasse de R$ 38 milhões a serem pagos em seis parcelas pelo Governo do Estado à instituição. Atendendo a uma recomendação dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, o Estado assumiu a gestão do hospital no dia 1º de dezembro de 2016. “Colocamos uma equipe preparada para reerguer este hospital tão importante para a região de fronteira. O local enfrentava graves problemas financeiros e estava prestes a fechar e, em menos de 60 dias, já é possível ver os bons resultados da intervenção”, comenta o secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto. De acordo com o coordenador da comissão gestora de intervenção do hospital e diretor-técnico da Fundação Estatal de Atenção à Saúde do Paraná (Funeas-PR), Moisés Warszawiak, a instituição foi encontrada em situação precária.
“Encontramos R$ 10,00 no caixa de um hospital sem medicamentos e insumos hospitalares, sem materiais de limpeza e com equipamentos estragados”, diz. Ele também conta que todos os funcionários da instituição estavam com os salários atrasados, os fornecedores estavam sem receber e diversos colaboradores com contratos irregulares deixaram de atender após a intervenção do Estado. “Com todos esses problemas, os leitos ainda estavam ocupados por pacientes que aguardavam por cirurgias há mais de 40 dias, sem perspectiva alguma”, complementa. GARANTIA – A principal preocupação da equipe era conseguir manter o funcionamento do hospital no meio de todo o caos encontrado.
Para isso, foi solicitado com urgência o empréstimo de medicamentos e materiais aos hospitais do Estado e hospitais da região. A ação garantiu a mínima estabilidade para que as portas continuassem abertas. O segundo passo foi possibilitar que os repasses oriundos do Governo chegassem diretamente ao hospital. “Se o repasse fosse feito ao município, não poderíamos garantir que tudo seria aplicado no hospital. Naquele momento, o dinheiro também não poderia ser repassado à Fundação, que não tinha condições de emitir certidões negativas que autorizassem o pagamento pelo Estado”, conta Warszawiak. Para garantir o engajamento da equipe de funcionários nessa nova etapa, as folhas de pagamento foram colocadas em dia, incluindo o 13º salário, e um novo modelo edital para credenciamento de médicos foi elaborado. Moisés explica que anteriormente os médicos tinham contratos com valores fechados, recebendo em forma de pacotes, sem o comprometimento com a produção. O novo formato paga apenas pelos procedimentos que eles efetivamente realizam.
Outro problema inicial era conseguir o fornecimento de insumos novamente. “Os fornecedores estavam há tanto tempo sem receber e não queriam realizar novas vendas, então tivemos que fazer os pagamentos à vista ou adiantados. Tudo o que foi contratado após a intervenção está pago – fornecedores e colaboradores”, garante o coordenador. Intervenção em hospital de Foz completa dois meses com bons resultadosRESULTADOS – Passados mais de 60 dias da intervenção do Governo, as diferenças no hospital já são claras. “A fachada tem a grama aparada; os enfermeiros usam uniformes de identificação; os extintores de incêndio, há mais de dois anos sem manutenção, estão sendo reparados; e os equipamentos de UTI e exames também passaram por manutenção; entre outras ações. O hospital tem cara de hospital!”, comemora Warszawiak. As contratações de médicos agora estão adequadas aos serviços oferecidos pelo hospital. Nos anos anteriores, a instituição gerenciava os recursos repassados para a gestão sem se preocupar com as receitas advindas do SUS nos diversos setores.
Dos 30 leitos de UTI, por exemplo, apenas 11 ainda tinham esse credenciamento. As habilitações já estão sendo refeitas e os credenciamentos devem ser autorizados pelo Ministério da Saúde no decorrer dos próximos meses. NÚMEROS – As mudanças ocorridas no Hospital Municipal Padre Germano Lauck após a intervenção do Governo do Estado também podem ser verificadas comparando alguns números. Por exemplo, a média diária de atendimentos no pronto socorro praticamente dobrou. Passou de 18, em novembro de 2016, para 35 atualmente. Já o número médio de cirurgias mensais passou de 230 para 325, no mesmo período.
A taxa de ocupação de leitos passou de 40% para 70%. As internações também cresceram, passando de uma média diária de 104 para 151. Entretanto, mesmo com o aumento expressivo no número de atendimentos, o gasto médio com médicos reduziu quase R$ 1 milhão, passando de R$ 2,6 milhões para R$ 1,7 milhão por mês. Além disso, a nova gestão garantiu a realização de 228 cirurgias de catarata pelo Mutirão de Cirurgias Eletivas do Estado em janeiro. Nos últimos dois meses, foram realizadas quatro captações de órgãos no hospital, que deram origem à doação de oito rins, dois fígados, duas córneas, um pâncreas e valvas de coração. Para o secretário Caputo Neto, a principal expectativa agora é entregar um hospital auto-suficiente. A intervenção tem um prazo de 180 dias, renováveis por mais 180 dias. “Garantimos 38 milhões para recuperar o hospital. Nosso objetivo agora é garantir um local organizado administrativa e financeiramente – em que a receita cubra os gastos – para que a próxima gestão possa continuar esse trabalho com facilidade”, revela.